2011/11/30

É de tirar o chapéu a esta excelente campanha da IKEA Portugal, reveladora de que a nossa sociedade está a mudar. E era bom que a vida fosse assim um festa...
A isto chama-se "responsabilidade social das empresas".
E será que a minha mãe também preferia que eu tivesse casado com um médico? Um dia pergunto-lhe.

(Roubado do Blog do Silvestre).

A festa, ao som de If it makes to happy (Sheryl Crow).

2011/11/29

Já há algum tempo que não postava por aqui nenhum "rapaz dos perfumes". Desta feita são 4 (com uma menina de bónus), do novo Tommy Hilfinger - Eau de Prep - Tommy e Tommy Girl.
Para todos os gostos :-)




Rapazes dos perfumes, ao som de Girls & boys (Blur).

2011/11/28


Contados os votos, estão apurados os finalistas do PIXEL | 1.º CONCURSO DE PEQUENAS HISTÓRIAS LGBT.
E, por ordem de publicação, os 3 finalistas do concurso são:


História #06 - BROMANCE
Autor: Arrakis (Mélange)




História #16 - REDENÇÃO 
Autora: Inês (Tales of Gondwana) 


A poll de votação fica no topo da coluna da esquerda até segunda-feira, às 20 horas.

As restantes histórias ficam, oficialmente, todas em 4.º lugar. Os resultados da primeira fase serão enviados a todos os participantes depois de apurado o vencedor. 

2011/11/27


Já foram recebidas as votações de todos os jurados. AMANHÃ saberemos quais são as 3 histórias finalistas e será aberta a poll de votação para escolha do/a vencedor/a.
Porque - citando Ana Moura - "O Fado sempre foi Património Imaterial da Humanidade", para comemorar o seu reconhecimento pela UNESCO, hoje todos deveríamos postar os nossos Fados predilectos.
O "Velho anjo" é um dos que mais me encanta, precisamente por Ana Moura.
Fica o desafio aos restantes.



Velho anjo | Ana Moura

2011/11/25

The Black Keys, a banda de Ohio, vencedora do Grammy de melhor disco de rock em 2011 (com o álbum "Brothers"), regressou com "El camino", e Lonely boy é o primeiro single do álbum.

Lonely boy | El camino, 2011 | The black keys
Há pouco cheguei a casa, vindo duma casa de chá com umas amigas (o momento já era gay o bastante!), ligue a tv e descobri que na SIC dá um novela com 6 personagens gay - Insensato coração.
Rodrigo Andrade, Leonardo Miggiorin, Wendell Bendelack, Marcos Damigo e Edson Fieschi, são o quinteto masculino que, juntamente com a personagem lésbica interpretada por Cristiana Oliveira, tornam esta novela muito colorida.

Não conhecia nenhum dos actores masculinos mas, pelo bom aspecto que têm alguns dos rapazes, e pelo pouco que pesquisei agora sobre a história, parece-me que vou começar a ver uma telenovela brasileira...

 Leonardo Miggiorin

Rodrigo Andrade

Marcos Damigo

2011/11/22



As histórias concorrentes ao PIXEL | 1.º CONCURSO DE PEQUENAS HISTÓRIAS LGBT, já estão todas publicadas. A primeira fase da votação fica a cargo dos autores das 18 histórias e posso adiantar que, estando em curso há menos de 24 horas, decorre a muito bom ritmo.
Quando estiverem apurados os finalistas a votação continua aqui, em poll aberta a todos os seguidores e leitores do blogue.

2011/11/20



ÚLTIMO DIA...
O prazo para recepção das histórias concorrentes ao PIXEL | 1.º CONCURSO DE PEQUENAS HISTÓRIAS LGBT, termina hoje, Domingo, 20 de Novembro.
O regulamento está disponível AQUI.
"Dar o cu e oito tostões."
Ditos (que podiam ser) gays.

2011/11/19



História #18
Autor: K. (Despersonalização personalizada)

EU. TU. NÓS?

Que será feito de nós?

Daremos as mãos algum dia, não no habitual cumprimento, tímido, mas num gesto em que te puxo para mim para sussurrar “amo-te” ao ouvido?

Os nossos lábios alguma vez provar-se-ão ou ficaremos a roer as unhas para que eles não cheguem a saber aquilo que perdem?

Atiraremos as t-shirts para o chão e passaremos o embaraço da primeira vez ou vamos fingir que apenas gostamos da roupa um do outro?


Que será feito de nós?

Sorriremos apaixonadamente um para o outro daqui a anos ou vamos fingir que nunca nos conhecemos?

Partilharemos o pequeno-almoço ainda em pijama e depois sairemos juntos para o trabalho ou vamos virar as costas quando nos cruzarmos no corredor das bolachas no supermercado?

Rir-nos-emos da maneira peculiar como nos conhecemos ou vamos dizer que tudo não passou de um erro?

Sim, que será feito de nós? Eu vou ser eu e tu vais ser tu, mas alguma vez chegará a haver um nós diferente daquele que já existe? Debato-me frequentemente com a pergunta, mas tenho medo de ta fazer. Bons amigos são difíceis de encontrar, talvez não deva querer mais do que isso. O medo de te poder perder é talvez maior do que a vontade de pousar a mão no teu peito para sentir o teu coração enquanto te vejo dormir a meu lado.


Talvez…

2011/11/18

E porque é sexta-feira e me faço à estrada, partilho o que levo em escuta a caminho de Lisboa.
Saudosista de ouvir o californiano de origem portuguesa - Matt Costa - recuperei o seu último álbum, de 2010 - Mobile Chateau, que deixo hoje como sugestão.
Para os mais desconhecedores (e distraídos) recomendo ainda a audição de Astair, um dos meus intermináveis repeats.


Mobile Chateau | Mobile Chateau, 2010 | Matt Costa

2011/11/17


Faltam 3 dias...
 
O prazo para recepção das histórias concorrentes ao PIXEL | 1.º CONCURSO DE PEQUENAS HISTÓRIAS LGBT, termina no próximo Domingo, 20 de Novembro.
O regulamento está disponível AQUI.

2011/11/15

Há quem chame por Messi e quem simplesmente não goste, mas o nosso 3.º bi-bota de ouro (que nem o Brasil nos supera nisto), hoje, mais uma vez, provou que é simplesmente o melhor.
Em 2004, durante o Euro, impressionou com o seu corpo (de 19 anos) e, desde então, continua a impressionar, em campo, fora do campo e nos desenhos animados (com Homer Simpson).
Cristiano Ronaldo, na rota dos nosso campeões.


CR7, ao som de Simply the best (Tina Turner).

2011/11/13



História #17
Autor: Adam Wilde (Divagações...)

O QUE É QUE NOS ACONTECEU?

Irónico como a vida passa a correr, num fechar e abrir de olhos passaram-se 10 anos e o que ficou entre esse fechar e esse abrir não é mais do que nevoeiro que nos impede de perceber que o tempo passou, que aquilo que vivemos, foi real…
Ainda ontem éramos nós, tu e eu, tardes de brincadeiras, de invenções, de mil e uma oportunidades.
Éramos como irmãos, e como irmãos tínhamos as nossas brigas, mas como melhores amigos tudo era resolvido em pouco tempo.
Descobrimos tanta coisa juntos, vivemos tanta coisa juntos, construímos tanta coisa juntos… e olha para nós agora: somos dois desconhecidos que nem se falam quando nos encontramos na rua.
O que é que nos aconteceu? Onde estão as nossas tardes, as nossas brincadeiras, as nossas invenções?
Como é que acabou tudo isso?
Tenho para mim, que não passamos de perfeitos desconhecidos por desconhecermos a razão que levou ao nosso afastamento… No entanto, não quero acreditar que tenha sido a ordem natural das coisas, porque era mágico o que nós tínhamos! Hoje, passados todos estes anos, em que o nosso contacto se foi tornando cada vez menor, até desaparecer, recordo a nossa infância, juntos. Gostava de reviver todos os nossos momentos, porque eram mágicos, porque eram felizes, porque éramos inocentes… E acima de tudo, porque nunca encontrei ninguém como tu.
"A gente vai levando."
Expressão brasileira (que podiam ser gay).


História #16
Autora: Inês (Tales of Gondwana)

REDENÇÃO

Quão mal nos pode um arrependimento fazer? Finjo procurar a réplica quando sei o quão pouco me importa. Tornei-me cega aos meus medos, surda aos receios que por tantos anos me limitaram… Mas fi-lo tarde, não concordas? Não precisas de o dizer. Vejo-o em cada gesto, cada riso de amor ou palavra de carinho que com ela dispensas. Tremo pela minha inaptidão, pelo que poderia ter tido e rejeitei.

Não fora o momento certo. Não estava preparada, nem para mim, nem para os outros. Temia os olhares alheios, as palavras sussurradas, os insultos gritados… Receava, acima de tudo, admiti-lo a mim mesma. Desejava-te, sem saber o porquê. Guardava-te pela amizade que tanto necessitava, negando que a insatisfação do desejo de mais se alojava no meu peito com uma profundidade cada vez maior. Amava-te. Amava-te e por isso te receava.

Não te diverte o quão estupidamente rejeitamos o que almejamos? Quis ter-te e deste-me o que desejava. Verteste-me a tua alma, prometeste-me o teu amor… Penso no quanto te deverei ter quebrado ao negar o que ambas partilhávamos. Estupidamente – humanamente.

É um castigo o que agora sofro? Ver-te, amar-te? Ter possuído tudo, e tudo perdido? Saber-te inalcançável, longe da afeição que por mim nutrias? Da amizade que nos enlaçava o bem-querer?

Amo-te. Quis dizer-to, fazer-te saber que to retribuía. Bem sabes como não fui capaz… Digo-o agora, meu anjo, ao silêncio que compartilhamos: amo-te.

2011/11/12



História #15

OH, COMO VOU TE ESQUECER? / EU FICAREI BEM, SÓ ESTA NOITE É QUE NÃO

Há momentos em que há uma qualquer semente que se implanta. E pouco a pouco, com um olhar, um sorriso, um simples gesto, vai crescendo e ganhando raízes. Uma semente com vida própria, contrariando aquilo que a nossa cabeça nem sequer ousa imaginar. E à medida que a amizade se vai desenvolvendo, a semente cresce, ganha caules, folhas e desenvolve um bonito botão. E a mente tenta reprimir esse sentimento o mais que pode, porque sabe que esta semente, agora flor, irá murchar e desaparecer. Mas a semente cresce ainda mais, inundando a mente de sonhos e ilusões, culminando num desabrochar de uma deslumbrante flor. E algo acontece, um algo que sentencia a morte prematura dessa flor. De que esse alguém, que implantou, sem querer, essa semente parasita, se encontra já acorrentado a um outro ser. E a mente vagueia entre a loucura e a razão; entre a vontade imensurável de quebrar barreiras e lançar-se, mesmo caindo no abismo imenso e a consciência de que vale a pena afastar esse sentimento para que, pelo menos, a amizade permaneça. E a flor morre, não murchando, mas sendo despedaçada pétala por pétala e folha por folha, escarafunchando cada pedaço de alma até que todas as raízes estejam arrancadas. Mas a semente continua lá, sem forças para voltar a germinar, mas com força suficiente para, de vez em quando, palpitar bem dentro do coração.

Good friends are hard to find, so just hide what more that is there.

2011/11/11

Dispensa apresentações. É o regresso do Sr. Tom Waits.
"Bad as me" é o seu 20.º álbum, foi lançado há cerca de duas semanas, e entrou directamente para os top's de uma dúzia de países europeus (incluindo Portugal), EUA, Canadá, Austrália...
"Satisfied" é o segundo single tirado do álbum.
Escolha da semana


Satisfied | Bad as me, 2011 | Tom Waits


História #14
Autor: James (A Arca no Sótão)

SEGUNDO A SEGUNDO CAMINHAMOS

Tic. Tac. Tic. Tac. Acordo… Melhor, não consigo adormecer com o som aguçado e compassado do relógio da mesa de cabeceira. Os pensamentos divagam no escuro, procurando e ansiando pelo seu rosto… Lembro-me dos cabelos castanhos, dos olhos azuis como o profundo mar de mistérios que era a sua alma… E lembro-me ainda das suas últimas palavras...
- Há algo que te quero contar… - Disse, tímido e hesitante.
- Sabes que me podes contar tudo! – Tranquilizei.
- Qualquer coisa?
- Sim.
- Eu tenho-me sentido… Não sei como.
- Como? – Desafiei.
- Pois… Acho que tudo à minha volta já não faz sentido.
- Sabes que eu estou cá sempre para ti.
- Mas será que lá estás para mim como eu estarei para ti?
- Que queres dizer?
- Quero dizer que posso desiludir as pessoas.
- Porquê?
- Porque… Tenho tendência para o fazer quando me sinto assim sozinho.
- Eu vou estar sempre contigo. – Afirmei.
- E eu contigo. – Replicou.
Mas… Agora? Agora sobra-me apenas a sua imagem, a sua memória, pois ele já não caminha a meu lado como outrora sempre fazíamos. Estava de tal maneira a sentir-se sozinho que decidiu caminhar em direcção ao abismo negro e deixar-me para trás. E agora, quem se sente sozinho sou eu, pois sei que nunca encontrarei ninguém como ele. Tic. Tac. Tic... Finalmente, ao som compassado do relógio, adormeço… E encontro-o em sonhos. Afinal, ele cumpriu a promessa e caminha comigo na minha memória. Para sempre.
11/11/11, às 11:11


Só por curiosidade e coincidência, durante a manhã de hoje este blogue atingiu o registo das 11 111 visualizações.
Um momento gay, ao som de Eleven (Thao & Mirah).

2011/11/08



História #12
Autor: Francisco (Um Deus Caído do Olimpo)

(Antes de começarem a ler, sugiro que oiçam a música em questão em cada tópico: Obrigado)

Leona Lewis - A Moment Like This
Estávamos no ano de 1993, o local estação Fluvial de Belém.
Pára um carro ao lado do meu. Depois de algumas palavras, vou até ao carro dele. Assim, que entro parece-me um deus caído do olimpo. Não era um deus, mas sim um modelo internacional bastante conhecido. Os nossos corpos juntaram e transpiraram muito naquela noite.

Ace of Base - Don't Turn Around
Eu não acredito que me ame. Até que um dia, ele diz-me que gosta muito de mim, mas que vai para Londres trabalhar e viver. Que tinha perdido a minha oportunidade.

Bon Jovi - I'll Be There For You
Coincidência do Destino ou não, pouco depois da morte da minha mãe. Voltámos a falar, até só falávamos nos aniversários e Natal. Contei-lhe que a minha mãe tinha falecido e como a minha vida tinha mudado. Ele disse-me: - Esta noite, vou jantar contigo. Vai ter comigo ao aeroporto.

Leona Lewis - Run
Estivemos juntos durante aquele fim de semana. Ele tinha seguido o caminho dele, eu o meu. Vidas tão diferentes, mas no Amor, tudo igual.

Ed Harcourt - Good Friends Are Hard To Find
Nos dias de hoje, falamos 3 a 4 vezes por ano. Eu sei que ele vai lá estar quando eu precisar. Do mesmo modo, como ele sabe que eu lá estarei, caso ele precise de mim.

Dana Internacional - Diva (Hebreu)
O último anúncio dele envolvia: Areia, Deserto, Petróleo, Carro, médio oriente...


História #11
Autor: Se7e (Umemcadase7e)

TEMPO DE AMOR

Madrugada. O infernal vento não deixava dormir, na cama que comprei há uma dúzia de anos. Perguntava-me ao olhar, se iria morrer nela... Já estava farto da vida. As aulas, a galeria, a minha irmã com cancro, sem ti. Tudo se tornava penoso como infindável e de estupidez incrível.
Agarrei nos chinelos, para suportar melhor o frio e caminhei as escuras até a sala. Com um uísque sentei-me ao pc. Abri uma série de pastas e dei com muita coisa inacabada. Sonhos, rematei dentro de mim. Ao lado, uma dúzia de cartas. Entre tantas dei com uma de letra pequena: “acabei de passar por ti, mas nem deste conta. Tas igual, tirando esses óculos que te dão um ar de pintor demente. Recordei o verão que passamos em Leça. Os teus olhos não mentem sobre o teu estado interior. Consegui a tua morada na galeria donde saias.
Deixo-te o meu mail, abc, Afonso”
Fiquei fulo com a Graça, como podia ela ter dado a minha morada a um sujeito que nem conheço. Em vez de ficar no nada sentado, fui para a cama fazer nada. Em pensamentos e viravoltas de imagens com quem já tive, nunca me apareceu um Afonso. Mas a imagem de alguém que conheci em Leça. Tudo fazia sentido. Fui a correr ao pc, entrei no mail, e carreguei numa pasta, onde encontrei o que desejava, texto escrito em finais desse verão, ainda guardado por sorte:
“Não me pertenço, nem a ti. Se te amo por razões que não conheço... esse gesto com que tiveste para comigo? Entrar para salvar alguém naquelas situações, não foi de herói, mas de amante. Fugi de ti. Porque menti a mim próprio. Não procuro perdão. Mas alguém em quem ache um pouco de sentido”
Fiquei pronto para o enviar. Mas, não o fiz! Acabei por pegar na foto que tinha na mesa. Apertei-a ao peito e sussurrei com amor: não te esqueço!


História #10
Autor: Meia Noite e um Quarto (00:15)

“ - Preciso contar-te uma coisa.
- Sim! Diz, estás à vontade!
- Eu tenho namorado.
Senti um peso cá dentro, mas sentia-me grato pela honestidade.
- Pronto, sem problema nenhum, estamos acima de tudo a construir uma boa amizade e é isso o que eu mais quero.
- Eu gosto muito de ti.
...

- Estou?!
- Olha estou a ir para o Porto! Chego às 21H50!
- ´Tás a brincar?!
- Não! Preciso estar contigo! Podes estar comigo?
- Posso claro! Claro!! Vou ter contigo à estação!
...

-Então o que aconteceu?
- Eu e o Luís tivemos uma discussão, pedi um tempo, fiz a mala, bati com a porta e apanhei o 1.º comboio.
...

- Gostas de Tracy Chapman?
- Gosto pois!
- Esta música é para ti...
Beijou-me... senti o roçar da cara áspera no meu ombro, senti-lhe as mãos num contraste suave escorregando pelas minhas costas. Olhei para o relógio, 00:43... que bom, era tão cedo.
- Amo-te... - soou-me tão quente, naquela brandura azul da madrugada.
...

- O Luís veio falar comigo hoje, veio cá ter a casa. Quer resolver as coisas mas estou tão confuso!
- Dá-lhe uma segunda oportunidade, estão juntos há três anos, ele merece essa oportunidade. Eu amo-te, mas não posso viver com o fantasma de algo que terminou por minha causa. Dá-lhe a oportunidade!
...

- Porque te afastaste? Porque nos afastámos?
- Porque falar contigo dói! Ter-te tido, e ter-te perdido, dói! Não consegui ser teu amigo! Não, depois de tudo o que passámos. Estragámos a Amizade, misturámo-la com Amor...”

2011/11/07



História #09
Autor: Speedy (Hammering in my shell)

ELES

Tudo em mim anseia pelo mesmo que ele: o nosso momento aproxima-se. Já não me importo com o que os outros pensam. Só me preocupo com ele porque mais ninguém me virá procurar. Não depois do que disse. Não depois do que fiz.
Escolhi o momento, usei as palavras certas - embora tímidas - e não deixei espaço para equívocos. Enchi o silêncio de certezas e eles responderam-me com raiva e confusão. Feridos, não entendiam porque eu sorria. Pela primeira vez, eu revelava-me vulnerável mas estava de cabeça erguida. Eu queria-os na minha vida mas já não precisava deles. Tentaram-me quebrar mas já não necessitava do seu amor, da sua compreensão, das suas orações pela minha pobre alma destinada a arder. Tudo o que precisava era que olhassem nos meus olhos e que conhecessem finalmente o meu verdadeiro Eu. Sem ilusões e falsos artifícios. Era eu que estava à frente deles. Despido de mentiras.
Ainda assim, preferiram fitar o chão.
Sei que eles eram o suficientemente fortes para me abraçarem.
Faltou-lhes coragem.

2011/11/06



História #08
Autora: Bianca (Cabra branca)

UMA ESTRELA NUM BARCO DE PEDRA 

A mãe gritara, chamava-a ecoando uma voz branda, vinda do piso inferior... Ivoneeeeee, vem à porta, anda, é a tua coleguinha da escola, ela chegou!
Criança remexida, Ivone intempestiva e inesperada saltou da cama, correu para as escadas. O rabo pelo corrimão deslizou... mas em tamanha excitação deu embate ao desequilíbrio, ninguém calcularia, a frio no chão caía. Ivone paralisaria. 
Rita à chegada fora assaltada, a sua amiga ali no chão estava, as lágrimas já ninguém as segurava e a sirena da ambulância assim chegava.
Vinte anos passaram, Ivone sentada ao lado da janela, ali estava, numa casa rasa que lhe servia, não tempestades, ali não as havia e tocadelas de campainha raramente acontecia. Ivone de olhar meigo e perdido, fitava as poças de água de lá de fora, pensava como uma simples pinga de choro as agitaria, mas lágrimas já não escorriam e um pé sim, esse as sacudiria. A campainha tocou, a cadeira rolou até à porta que destrancou. Era a Rita, ela chegou. Falar não falou, sorriu, como sempre um sorriso terno que atrás de si a porta fechou, a colo Ivone içou, pelo corredor a levou e já no quarto a deitou. Rita desnudou-a com meiguice, tocou, acariciou e beijou, despiu Ivone com jeitos de anseio e em desejos elevou. Ivone, os olhos fechou e um longo e afável prazer inspirou.
"Preto no branco."
Ditos (que podiam ser) gays.


História #07
Autor: M. (Welcome to Adulthood)

"Olho pela janela aberta para a chuva que cai incessante. Sinto o frio que a acompanha beijar a minha pele nua, numa sensação reconfortante. Não é o suficiente para me despertar do torpor emocional que a tua ausência me provoca. Os meus sentidos entram num estado de dormência ao som de uma qualquer música que toca de fundo, enquanto o sabor fresco do tabaco de mentol se espalha pela minha boca. Distraído, brinco com anéis de fumo, com a tua imagem bem presente na minha mente. 

Pelo canto do olho vejo uma luz a piscar. És tu, claro, à distância de uma mensagem. As tuas doces palavras fazem-me sorrir. Um sorriso fraco que depressa se desvanece. Sinto a falta do teu toque, do teu cheiro, do sabor da tua boca. Ainda ontem partiste, mas no meu coração o vazio que se expande rege-se pelo seu próprio espaço de tempo. 

Como posso sobreviver quando o mundo desaba sobre mim e tu não estás por perto? Como posso atravessar o temporal que se estende à minha frente se tu não estás no final da tempestade? 

Tudo ficará bem, dizes-me tu. Mais que na própria vida, quero acreditar que sim. Quero acreditar num futuro em que possamos estar juntos para todo o sempre. Mas esta distância corrói-me de dentro para fora. Não quero mais estar longe da pessoa que mais significa para mim. Não, quando só tu me compreendes. Não, quando eu te amo com todas as fibras do meu ser."


História #06
Autor: Arrakis (Mélange)

BROMANCE

Conheci-o através de amigos numa noite de copos. Simpatizámos imediatamente. É assim, há pessoas que parece que conhecemos desde sempre. Achei-lhe graça mais aos seus cabelos louros, mas rapidamente percebi que era hetero e ele que eu era gay.
A nossa amizade foi crescendo e passado pouco tempo, não havia uma saída à noite ou um cinema, um sem o outro. Ele apresentava-me as namoradas e eu os namorados. Tornámo-nos de tal forma próximos que até os nossos amigos comuns estranhavam e não foram poucas as vezes que ouvimos bocas ou que nos perguntaram se namorávamos.
Uma noite, numa saída ao Bairro Alto, já não sei porquê, em vez de estarmos aos pulos na pista, estávamos encostados a um canto a conversar. De facto, não me lembro do que falávamos e, de repente, out of the blue, ele diz-me:
“Queria dizer-te uma coisa. Espero que não fiques chateado. Sabes que eu não gosto de homens – e riu-se. Mas, se gostasse, queria muito que tu fosses o meu namorado. Gosto tanto de ti.”
Foi um momento surreal e lindo. Estávamos de frente um para o outro, eu de boca aberta perplexo, ele com um sorriso maroto e terno. Nisto pega-me no queixo e dá-me o mais doce beijo que se pode imaginar.
Quando os nossos lábios se separaram, para quebrar o gelo, disse-me como se não fosse nada: “Bora dançar?”

Dançámos até amanhecer. Somos amigos até hoje. Os bons amigos são difíceis de encontrar mas quando se encontram são para vida.


2011/11/04

O primeiro single do álbum de estreia dos Gazela.

Teresa | Capitão Fausto | Gazela, 2011

2011/11/03

"Segura um verdadeiro amigo com ambas as mãos."
Provérbio nigeriano.
Amigos, ao som de Best friend (The Drums).

2011/11/02



História #05
Autor: Ricardo (Uma outra face)

"Tenho 22 anos, estou no metro a escrever numa folha de papel e hoje, Hoje! Apercebi-me de uma coisa. Ele é lindo, tem um sorriso fantástico e está sempre a meter-se comigo. E eu, EU! Convidei-o para jantar, e ele aceitou! Nem consigo acreditar. 
 
Tocaram à campainha, só podia ser ele. Abri a porta, o meu coração batia a mil, ele sorriu e eu tive de sorrir também enquanto perdia o fôlego. Não dissemos nada, simplesmente  olhámos um para o outro nos olhos, ele aproximou-se, colocou a mão dele no fundo das minhas costas por dentro da minha camisola e beijou-me.
Não havia mais mundo, apenas aquele beijo, aquela mão no fundo das minhas costas que eu sentia como um formigueiro, quase surreal. Puxou a minha camisola, tirei-lhe também a dele, beijei-lhe o pescoço, o tronco, a glande, ele gemeu... Puxou-me para ele, beijou-me profundamente, encostou-me à parede, colocou as minhas pernas à volta da sua cintura e penetrou-me.  Gememos.
Enquanto escrevo isto e ao vê-lo dormir na minha cama, só consigo pensar que é a ele que eu quero para ser o pai dos meus filhos.

Agora, passados dez anos, ele é o pai dos meus filhos. E eu, sou o pai dos filhos dele. Mas acima de tudo, ele é o meu melhor amigo."

Curiosidade, imaginaram a personagem principal e narrador como homem ou mulher?


História #04
Autor: Latinha (Blogue do Latinha)

Eram acima de tudo bons amigos. O que não podiam imaginar é que dentre tantas afinidades que possuíam, havia também um segredo que compartilhavam. Um mal entendido revelaria o segredo do Outro primeiro, Ele somente o faria tempos depois, durante uma conversa. Não se pode dizer que foi uma surpresa, mas, ao final, sentiam-se mais leves e de certa forma mais unidos. O próximo encontro aconteceria meses depois, o forte e longo abraço da chegada trouxe novamente aquele sentimento de fraternidade presente em todos os anos, mas seria somente após o almoço que teriam coragem para tocar no assunto, cada um ao seu tempo revelaria sua jornada, seus medos e anseios. Naquela noite, saíram juntos, em uma noite que talvez eles possam ter considerado estranha. A caixa de pandora fora aberta novamente, e Ele percebeu que o Outro, a quem considerava um irmão até então, havia de súbito se tornado um Homem. Ao regressarem a casa, os olhares trocados não pareciam mais tão fraternos como outrora, naquela noite o último abraço foi diferente, Ele assim o sentiu e dormiu perdido em pensamentos. Ao acordar, o sol conferia um ar dourado ao quarto, quando sentiu o perfume do café e o Outro o chamou para o pequeno-almoço. Em pensamento agradeceu por mais um dia e por nada ter acontecido entre eles, ao final, optara por manter não o "irmão" em sua vida, mas um Homem com quem sabia que poderia contar a qualquer momento, afinal... good friends are hard to find.
Há dois dias a Terra chegou aos 7 mil milhões de habitantes e, hoje de manhã, eu descobri que o meu número de série é o 3 987 411 391...

7 billion people and you: My number is 3,987,411,391 #whatsyournumber ?

2011/11/01



História #03
Autor: AnonymousBoys

AMIGOS VERDADEIROS

Esta é a história de um rapaz, um rapaz que vivia o dia-a-dia com medo, com receio. Porque este, não era um rapaz normal, este era um rapaz com um segredo.
Um segredo que lhe arruinou uma amizade que era quase impossível de arruinar. E tudo começou por esse rapaz contar a verdade ao seu melhor amigo, amigo este que se revelou um falso amigo por odiar o rapaz apenas pelo facto do mesmo ser bissexual.
Os dias foram passando, mas a dor não, a dor continuava e continuava quase sem fim. Todos os amigos do rapaz que não o desprezaram pelo que ele era, esses sim estiveram lá para ajudar, em especial a sua melhor amiga que o ajudou a ultrapassar todas as dores e todos os problemas. Tudo isto por uma coisa que no século 21 supostamente ninguém odiava as pessoas pelo que as pessoas são.
Passado umas semanas o suposto amigo do rapaz lá se apercebeu que só ele é que era assim e que todos os seus amigos heteros não se importavam e que afinal o rapaz era só uma pessoa normal com uma vida e com imensos amigos.
Esta é a historia de um rapaz bissexual com um amigo homofóbico e que por causa desta dor que a muitos magoa ia ficando sem o melhor amigo.
This is a story of why good and true friends are hard to find.

História #02
Autor: Poeta às vezes

QUERO

Quero libertar-me dos deuses
Não ter medo da tempestade
E equilibrar-me na espuma branca do nosso mar!

Quero olvidar fantasmas
Navegar de vela desfraldada
Só com a ajuda do teu sorriso!

Quero pôr termo ao meu circo
Largar aplausos de multidões
E isolar-me lentamente na tua vertigem!

Quero amparar-me nos teus silêncios
Romper o dique das minhas lágrimas
E beijar o doce prazer do teu olhar!

Quero abraçar-te
Envolver-te no meu cansaço
Recusar ilusões efémeras e perenes angústias!

Quero dar-te o que me resta
E que por tão frágil me deixaram:
A loucura da minha sombra,
E a força brutal de um grito sufocado!!


História #01
Autor: Pedro (Entalado no armário)