Disseram-me um dia que a verdadeira História não é mais do que a
“história” que alguém quis que ficasse para a História.
Por vezes acontecem coisas nas nossas vidas, das quais nunca chegamos
a saber a completa verdade. Pelos sinais exteriores, ou factos
visíveis, construímos cenários e encenamos um argumento que se torna na nossa verdade.
Os mal-entendidos e as incertezas que ficam sem aquela conversa que deixamos por ter, as prováveis mentiras que pensamos terem-nos sido contadas, as razões que deixaram de nos dizer, as perguntas que entendemos por bem não fazer ou os argumentos que ficaram sem contra-argumentos, tornam-se nos maiores condicionantes das nossas certezas.
Destarte, é assim que seguimos o nosso caminho, conformados com as verdades prováveis...
As "verdades prováveis", ao som de An argument with myself (Jens Lekman).
Os mal-entendidos e as incertezas que ficam sem aquela conversa que deixamos por ter, as prováveis mentiras que pensamos terem-nos sido contadas, as razões que deixaram de nos dizer, as perguntas que entendemos por bem não fazer ou os argumentos que ficaram sem contra-argumentos, tornam-se nos maiores condicionantes das nossas certezas.
Destarte, é assim que seguimos o nosso caminho, conformados com as verdades prováveis...
Costumo dizer isso às pessoas: "vocês só sabem o que eu quero que saibam, e da maneira que saibam". Muita coisa é fabricada é um facto!
ResponderEliminarAs variáveis são muitas, e não apenas o que queremos que saibam, mas é verdade que a verdade é sempre condicionada.
EliminarAbraço
'Destarte'!? uaaaaau... *.*
ResponderEliminarNão tem nada a ver com tartes, mas presumo que saibas lol
EliminarAbc
Existem coisas que nem vale a pensa saber, ou então contar
ResponderEliminardigo eu :)
Abc
Eu acho que vale a pena saber tudo...
EliminarAbc
A História, a verdadeira História, são factos reais e provados por um tempo prolongado; daí a História dever ter um espaço alargado para poder ser considerada como tal.
ResponderEliminarJá as "histórias" que alguém quer meter à força na História, não passam disso mesmo, de simples histórias...
Concordo João. Mas na vida de cada um, muitas vezes só se sabem os factos, e da forma, que se quis que se soubesse. Era dessas verdades aparentes e prováveis (aos nos olhos) que falava.
EliminarAbc
cada um dá a conhecer os factos que quer. há muito que eu sigo essa política. no trabalho e em conhecimentos fugazes e no blogue. depois, à medida que se conhecem as pessoas, posso virar mais uma página da minha vida. há tanta coisa que não digo e assim permanecerá. são os meus segredos, e até para os amigos mais chegados, poucos, não digo (nem sequer para um diário, porque são tão pessoais que, se chegar a esse momento de os transcrever, deixam de ser segredos. complicado? :D )
ResponderEliminaré uma forma de me resguardar e de evitar essas 'verdades'. não obstante, se me perguntarem e se não colidirem com esse escudo, respondo.
bjs.
Também costumo dizer que para guardar um segredo, não o podemos contar a absolutamente ninguém. Também tenho os meus, e julgo que todos os temos :)
EliminarMas são estas "omissões" que nos levam muitas vezes a construir a nossas verdade (prováveis ou possíveis) que nem sempre são a verdade total.
Bjs
A História em si também é mutável. Alguns factos são adquiridos, mas também há matérias vagas, dispersas, com poucos dados probatórios. Essas não estão encerradas. Quantas e quantas vezes não nos deparamos com discussões acesas sobre, por exemplo, o nascimento de D. Afonso Henriques, tão controverso?
ResponderEliminarQuanto à nossa história pessoal, ela é composta pelas nossas vivências, projecções, pela interacção com os outros que nos molda como ao barro mole. Somos o fruto da sociedade em que estamos inseridos e das circunstâncias próprias da vida.
abraço.
Há certamente muitos factos históricos que "morreram" com algumas pessoas. E o mesmo se passa com as nossas vidas.
EliminarAbc
Infelizmente é assim, as verdades nem sempre são límpidas e simples como gostaríamos que fossem.
ResponderEliminarAbraço.
Infelizmente nem sempre sabemos a verdade por completo...
EliminarAbraço
A nossa 'verdade' constrói-se a partir da interpretação das informações circundantes, como dizes.
ResponderEliminarGeralmente, para reduzir a dissonância cognitiva, tendemos a criar explicações para o comportamento percebido, o nosso e o dos outros, sem, no entanto, saber se realmente elas, as explicações, se ajustam e se as nossas hipóteses se confirmam mesmo.
Acontece, muitas vezes, ter de seguir em frente, sem termos a possibilidade de clarificar motivações. Mesmo que achemos importante testar a nossa 'verdade' com a 'verdade' dos outros.
Resta saber se esse pedaço de informação é assim tão importante para condicionar o resto da nossa História. Porque se a introspecção se situar continuamente no passado, corremos o risco de negligenciar ou desvalorizar o 'agora' da nossa vida.
Eu sou apologista da teoria do caos.
Todas as interacções, ainda que mínimas, influenciam o nosso caminho, de forma mais ou menos consciente.
Assim, mesmo que não queiramos que alguém seja relembrado na nossa História, é impossível revogar o seu contribuo. Uma vez vividas, todas as histórias connosco permanecem.
Dessas, cabe-nos escolher o que queremos salientar, de vem em quando.
Abraço.
* ...contributo.
EliminarÉ precisamente "esse seguir em frente" que importa. Porque não quisemos saber mais, ou porque não foi possível, assumimos aquela verdade como a mais provável e encerramos o assunto. Até porque não é possível viver plenamente de outra forma.
EliminarAbc
É melhor ouvir as verdades mesmo quando preferíamos que nos contassem mentiras não é? Magoam menos e os ressentimentos acabam por desaparecer um dia.
ResponderEliminarNão sei se os ressentimentos desaparecem, mas é muito mais difícil viver com incertezas que muitas vezes se tornam em falsas ilusões.
ResponderEliminarSem dúvida, é preferível a verdadeira história a suposições que se tornam historietas. Infelizmente, nem sempre temos acesso aquela, e temos de viver com hipóteses relativas, por vezes pouco verosímeis, capazes de toldar o nosso juízo. Destarte não conhecia, mas destarte fiquei a conhecer.
ResponderEliminarTb prefiro a verdade, mas por vezes temos que nos contentar com uma verdade apenas provável.
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