2013/02/21

Disseram-me um dia que a verdadeira História não é mais do que a “história” que alguém quis que ficasse para a História.
Por vezes acontecem coisas nas nossas vidas, das quais nunca chegamos a saber a completa verdade. Pelos sinais exteriores, ou factos visíveis, construímos cenários e encenamos um argumento que se torna na nossa verdade.
Os mal-entendidos e as incertezas que ficam sem aquela conversa que deixamos por ter, as prováveis mentiras que pensamos terem-nos sido contadas, as razões que deixaram de nos dizer, as perguntas que entendemos por bem não fazer ou os argumentos que ficaram sem contra-argumentos, tornam-se nos maiores condicionantes das nossas certezas.
Destarte, é assim que seguimos o nosso caminho, conformados com as verdades prováveis...
As "verdades prováveis", ao som de An argument with myself (Jens Lekman).

21 comentários:

  1. Costumo dizer isso às pessoas: "vocês só sabem o que eu quero que saibam, e da maneira que saibam". Muita coisa é fabricada é um facto!

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    1. As variáveis são muitas, e não apenas o que queremos que saibam, mas é verdade que a verdade é sempre condicionada.
      Abraço

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  2. 'Destarte'!? uaaaaau... *.*

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    1. Não tem nada a ver com tartes, mas presumo que saibas lol
      Abc

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  3. Existem coisas que nem vale a pensa saber, ou então contar

    digo eu :)

    Abc

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  4. A História, a verdadeira História, são factos reais e provados por um tempo prolongado; daí a História dever ter um espaço alargado para poder ser considerada como tal.
    Já as "histórias" que alguém quer meter à força na História, não passam disso mesmo, de simples histórias...

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    1. Concordo João. Mas na vida de cada um, muitas vezes só se sabem os factos, e da forma, que se quis que se soubesse. Era dessas verdades aparentes e prováveis (aos nos olhos) que falava.
      Abc

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  5. cada um dá a conhecer os factos que quer. há muito que eu sigo essa política. no trabalho e em conhecimentos fugazes e no blogue. depois, à medida que se conhecem as pessoas, posso virar mais uma página da minha vida. há tanta coisa que não digo e assim permanecerá. são os meus segredos, e até para os amigos mais chegados, poucos, não digo (nem sequer para um diário, porque são tão pessoais que, se chegar a esse momento de os transcrever, deixam de ser segredos. complicado? :D )
    é uma forma de me resguardar e de evitar essas 'verdades'. não obstante, se me perguntarem e se não colidirem com esse escudo, respondo.
    bjs.

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    1. Também costumo dizer que para guardar um segredo, não o podemos contar a absolutamente ninguém. Também tenho os meus, e julgo que todos os temos :)
      Mas são estas "omissões" que nos levam muitas vezes a construir a nossas verdade (prováveis ou possíveis) que nem sempre são a verdade total.
      Bjs

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  6. A História em si também é mutável. Alguns factos são adquiridos, mas também há matérias vagas, dispersas, com poucos dados probatórios. Essas não estão encerradas. Quantas e quantas vezes não nos deparamos com discussões acesas sobre, por exemplo, o nascimento de D. Afonso Henriques, tão controverso?

    Quanto à nossa história pessoal, ela é composta pelas nossas vivências, projecções, pela interacção com os outros que nos molda como ao barro mole. Somos o fruto da sociedade em que estamos inseridos e das circunstâncias próprias da vida.

    abraço.

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    1. Há certamente muitos factos históricos que "morreram" com algumas pessoas. E o mesmo se passa com as nossas vidas.
      Abc

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  7. Infelizmente é assim, as verdades nem sempre são límpidas e simples como gostaríamos que fossem.
    Abraço.

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    1. Infelizmente nem sempre sabemos a verdade por completo...
      Abraço

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  8. A nossa 'verdade' constrói-se a partir da interpretação das informações circundantes, como dizes.
    Geralmente, para reduzir a dissonância cognitiva, tendemos a criar explicações para o comportamento percebido, o nosso e o dos outros, sem, no entanto, saber se realmente elas, as explicações, se ajustam e se as nossas hipóteses se confirmam mesmo.

    Acontece, muitas vezes, ter de seguir em frente, sem termos a possibilidade de clarificar motivações. Mesmo que achemos importante testar a nossa 'verdade' com a 'verdade' dos outros.

    Resta saber se esse pedaço de informação é assim tão importante para condicionar o resto da nossa História. Porque se a introspecção se situar continuamente no passado, corremos o risco de negligenciar ou desvalorizar o 'agora' da nossa vida.

    Eu sou apologista da teoria do caos.
    Todas as interacções, ainda que mínimas, influenciam o nosso caminho, de forma mais ou menos consciente.
    Assim, mesmo que não queiramos que alguém seja relembrado na nossa História, é impossível revogar o seu contribuo. Uma vez vividas, todas as histórias connosco permanecem.
    Dessas, cabe-nos escolher o que queremos salientar, de vem em quando.


    Abraço.

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    1. É precisamente "esse seguir em frente" que importa. Porque não quisemos saber mais, ou porque não foi possível, assumimos aquela verdade como a mais provável e encerramos o assunto. Até porque não é possível viver plenamente de outra forma.
      Abc

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  9. É melhor ouvir as verdades mesmo quando preferíamos que nos contassem mentiras não é? Magoam menos e os ressentimentos acabam por desaparecer um dia.

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  10. Não sei se os ressentimentos desaparecem, mas é muito mais difícil viver com incertezas que muitas vezes se tornam em falsas ilusões.

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  11. Sem dúvida, é preferível a verdadeira história a suposições que se tornam historietas. Infelizmente, nem sempre temos acesso aquela, e temos de viver com hipóteses relativas, por vezes pouco verosímeis, capazes de toldar o nosso juízo. Destarte não conhecia, mas destarte fiquei a conhecer.

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    1. Tb prefiro a verdade, mas por vezes temos que nos contentar com uma verdade apenas provável.

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