2011/08/17

§1
Tenho um colega de trabalho que sempre me pareceu gay (e o nosso sexto sentido é infalível nestes casos), embora ele faça questão de, em determinadas situações, fazer comentários que pressupõe o contrário.
Hoje regressei de férias, e ele, que também regressava, estava com um ar ainda mais... gay. A novidade, é que hoje ouvi, logo pela manhã, comentários de algumas colegas – que supunha suas amigas – sobre o aspecto (gay) do seu cabelo, sobre o amigo com que foi de férias para o Algarve e sobre as fotos com que ele inundou o Facebook e que alimentavam toda esta "especulação". Os comentários eram detalhados sobre as fotos A e B, e incluíam especulações sórdidas sobre as férias de ambos.
Até simpatizo com o garoto, e fiquei algo chocado com tudo isto, pelo que pondero a hipótese de o chamar à razão um dia destes, embora estejamos longe de ser algo mais do que colegas de trabalho ou de sermos “amigos” no Facebook.

§2
Há dias um amigo (gay) comentou comigo que tinha conhecido um amigo meu do Facebook (também gay); Obviamente eram ambos meus amigos porque estavam no meu Facebook, porque sou pessoas de não ter mais de 60 contactos, e portanto, são todos amigos ou conhecidos muito próximos.
O curioso nesta segunda história, é que mesmo tendo eu poucos contactos no Facebook, isto já aconteceu várias vezes, e a conclusão a que chego sempre é que as pessoas em questão mal se conhecem, e, provavelmente, nunca irão ser amigos ou conhecidos sequer; Partilharam os seus contactos no Facebook apenas porque se conheceram num site gay e porque… sim.
Quando lhes pergunto porque razão isso aconteceu, a resposta geralmente é: "ele convidou e não tive coragem de não aceitar" ou "adiciono depois bloqueio".

Bem, o Facebook não é nada de extraordinário, mas é um perfil com acesso a familiares, amigos, colegas... e portanto não compreendo esta necessidade de alguns (que parecem ser muitos) em o partilhar com qualquer um que acabam de conhecer, ou com qualquer colega de trabalho - quando, na maioria das vezes, ainda nem contaram à família que são gays - e sabendo da visibilidade que terá a lista de contactos e as coisas que se partilham. 
O paradoxo das redes sociais, ao som de These friends of mine (Rosia Thomas).

9 comentários:

  1. é interessante isto do FB. eu devo dizer que sou pessoa de 250 contactos, ainda que devidamente organizados e com as definições de privacidade bem definidas (passe a redundância). desses 256 não conheço pessoalmente 5 que fazem parte dos meus contactos profissionais e que estão adicionados a um grupo profissional que criei. Bom isto tudo para dizer que o FB não tem perigo nenhum a menos que se tenha dois dedos de testa. Aconteceu a alguém muito próximo adicionar pessoas só para ver as fotos e porque é amigo do amigo de não sei quem e faz tudo parte do meio. Afinal agora até tem que trocar de número de telefone e eliminar contactos a eito!

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  2. A segunda história diria mesmo que te baseaste em mim, mas aquilo é um caso raro em todos os amigos que tenho! a justificação já te foi dada! ;)

    Abraço C.

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  3. Fazes bem em ter uma conversa com o teu colega de trabalho.
    Quanto às redes sociais, quase não ligo ao FB; prefiro o Google+ e nessa questão dos contactos, a coisa está muito facilitada pela existência de círculos; já tenho aceite alguns desconhecidos nos meus círculos, não por fotos, nem por contactos deles, mas pelo interesse das suas postagens. Mas vão todos para um círculo especial a que dei o nome de Aliens...
    E tudo o que posto, posso escolher a que é dirigido.

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  4. Para mim, mais do que a segunda parte da publicação, a que mais me indigna é mesmo a primeira. As pessoas tendem a fazer juízos de valor sobre quem está à sua volta mas, afinal, para quê?
    E se o teu colega for gay, deixa de ser quem é?
    Sim, parece-me bem que o alertes porque assim ele pode saber com o que contar relativamente às pessoas que o rodeiam.
    Mas, se pensarmos, se ele publicou assim fotos dessas férias no facebook, então é porque provavelmente também não se preocupa muito com o que pensam sobre ele.

    Quanto ao Facebook... há que ter cabeça, tronco e membros. Tudo tem limites, mas com juízo penso não haver assim tanto a recear.

    Abraço

    http://www.rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/

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  5. Francisco - Deus Olimpo17/08/11, 23:55

    Aqui estou eu a comentar este espaço :)

    Gostei do teu blog,

    Quanto a mim, o meu facebook já parecia mais um talho. Onde os amigos "roubam" amigos para ir dar umas quecas.

    Eliminei todos os amigos do facebook e desliguei-me desta rede social.

    Abraço

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  6. Gostei dos artigos do blog. Ao contrário de muitas pessoas no Facebook só tenho mesmo 30 contatos...

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  7. Partilho a mesma posição que tu relativamente ao Facebook. Tenho apenas quem conheço e nada mais.

    Até já ;)

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  8. Tenho na minha lista de contactos uns dois ou três com quem nunca estive frente a frente e são pessoas aqui da blogoesfera...

    Os restantes são pessoas amigas, familiares, colegas de trabalho e algumas pessoas com quem estive já mais de 2 vezes pelo menos...

    Faz-me confusão a forma como algumas pessoas usam o facebook, ou melhor, a sua exposição através desta rede social ultrapassa, por vezes, todos os limites. Mas cada um é como cada qual, logo quem sou eu.

    A mim lá permanece super, hiper, mega boqueada!

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  9. Renato:
    Não se trata apenas de conhecer pessoalmente as pessoas. Eu recuso convites de pessoas que conheço, simplesmente porque são apenas isso: conhecidas.

    C:
    Não é apenas a tua história. A tua é igual a tantas outras, e não é a primeira vez que me chega através de amigos.

    pinguim:
    Desconheço o google+.
    Mas o problema do fb não é o modo de filtragem, porque também o tem. O que está em causa são os limites que cada um escolhe para si.

    Rabisco:
    Penso que a questão central é essa: parece que a maioria das pessoas não se preocupa assim tanto com o que pensam sobre elas. Mas na verdade não é assim.

    Francisco:
    Quando as coisas chegam a esse ponto, penso que é o melhor a fazer.

    Ribas:
    Invejo-te. Estou convencido que o lema "Less is more" se aplica também ao fb.

    Sapo:
    tento fazer o mesmo, e mesmo assim ser selectivo.

    Me:
    De facto cada um sabe dos seus limites, mas n estamos aqui para julgar ninguém. É apenas um debate de ideias.

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