Quando penso na forma como lidamos com o amor, lembro-me da minha avó. Além daquela imagem de avozinha que passou dos 90 anos, vestida de preto, de carrapito e lenço na cabeça, guardo a memória de uma pessoa bondosa que me ensinou muito sobre o amor.
É a minha estrelinha no céu.
Na altura dos nossos 8 e 80 eu passava muitas horas com ela. Um dia, por qualquer birra de garoto zanguei-me, e com o meu feitio de Touro enraivecido disse-lhe, "já não gosto de ti"; e a minha avó respondeu-me, "não faz mal, porque eu ainda gosto de ti".
Na altura dos nossos 8 e 80 eu passava muitas horas com ela. Um dia, por qualquer birra de garoto zanguei-me, e com o meu feitio de Touro enraivecido disse-lhe, "já não gosto de ti"; e a minha avó respondeu-me, "não faz mal, porque eu ainda gosto de ti".
Não sei como é que consegui guardar memória destas palavras durante quase 30 anos, mas hoje, numa espécie de momento epifânico, sei que foi a maior lição de amor que recebi.
Por isso, enquanto tomo consciência da vida, lamento que nos momentos de discórdia (seja entre família, amigos ou amantes) - porque ao contrário do que me têm tentado convencer, amar é amar, seja quem for - não haja sempre alguém com a sabedoria suficiente para dizer um "não faz mal, porque eu ainda gosto de ti".
Por isso, enquanto tomo consciência da vida, lamento que nos momentos de discórdia (seja entre família, amigos ou amantes) - porque ao contrário do que me têm tentado convencer, amar é amar, seja quem for - não haja sempre alguém com a sabedoria suficiente para dizer um "não faz mal, porque eu ainda gosto de ti".
E mais me convenço que a maioria dos seres humanos não entende o amor...
A minha estrelinha, ao som de My star (Brainstorm)
Oxalá, haja esperança.
ResponderEliminarEm primeiro lugar: nossa, esse novo visual do blog ficou muito lindo mesmo. Bom gosto o seu.
ResponderEliminarSegundo: menino, quando você resolve escrever, já fico atento... que maravilha! Suas palavras possuem uma precisão cirurgica, diria eu... de bons cirurgiões, é óbvio.
Abração.
@Tânia ExPinheiro
ResponderEliminarOxalá...
@Cesinha
ResponderEliminarA mudança foi só à experiência :)
E precisão cirúrgica deve ser mais para os teus lados :p
Excelente texto e excelente lição de vida, da parte da tua Avó.
ResponderEliminar@pinguim
ResponderEliminarObrigado.
Consiga eu chegar lá um dia.
Muito comovente e absolutamente verdade. Oxalá fossemos todos capaz de amar assim, incondicionalmente.
ResponderEliminarAs avós são uma coisa fantástica. A imagem que descreves da tua corresponde perfeitamente à memória que tenho das minhas.
ResponderEliminar@Arrakis
ResponderEliminarOxalá consigamos lá chegar.
@um coelho
ResponderEliminarPosso garantir-te que esta era :)
Palavras sábias ;)
ResponderEliminar@Pedro
ResponderEliminarSão, de facto :)
já tinha saudades dos teus textos. O "para despertar" enche o olho mas estes pequenos textos enchem-me o coração.
ResponderEliminarE este é capaz de ter sido o comentário mais gay que já deixei aqui. Ora bolas ;)
@Speedy the Turtle
ResponderEliminarObrigado :)
E julgo que por aqui ninguém se preocupa se os comentários são mais ou menos gays :p
abc