Autor: Margarida (sem nome)
ABRAÇO QUE CURA
Esta história passou-se esta manhã (vou tentar descrevê-la de memória, porque me pareceu muito mal tirar o caderno do saco e anotá-la com eles à minha frente).
Uma mãe e o seu filho adolescente (é visível a Deficiência Mental do jovem) sentam-se junto a mim no comboio. O rapaz passou o tempo a inquirir a mãe (já de uma certa idade). A mãe, umas vezes paciente, outras a suspirar, cansada, lá lhe respondia.
- Amanhã vamos a Coimbra, Mãe? Saímos em Sete Rios e compramos o bilhete, está bem, Mãe?
- Está bem, João, compramos o bilhete em Sete Rios.
Uma mãe e o seu filho adolescente (é visível a Deficiência Mental do jovem) sentam-se junto a mim no comboio. O rapaz passou o tempo a inquirir a mãe (já de uma certa idade). A mãe, umas vezes paciente, outras a suspirar, cansada, lá lhe respondia.
- Amanhã vamos a Coimbra, Mãe? Saímos em Sete Rios e compramos o bilhete, está bem, Mãe?
- Está bem, João, compramos o bilhete em Sete Rios.
- Vamos a Coimbra, Mãe?
- É só em Maio, João. Estamos em Abril.
- Mas vamos a Coimbra, Mãe?
- Sim, João. Vamos a Coimbra.
- Tu não podes ficar doente, Mãe. O João fica preocupado.
- Todos ficam doentes, João. Eu também.
[e eu ouvia - já não conseguia concentrar-me no "Juliano".]
- Tu não podes ficar doente, Mãe. - repetiu o João.
[ele estava sentado ao meu lado e a mãe à sua frente.]
- Oh, João... - ela suspirou, sorrindo.
- Dá-me um abraço, Mãe. - o filho inclinou-se e abriu os braços - Tu não podes ficar doente.
- Sim, João, com os teus abraços a Mãe não fica doente. - disse ela, abraçando-o muito.
[não tive coragem de pedir um abraço ao João, mas tenho a certeza que mo teria dado e curado as minhas dores.]
- É só em Maio, João. Estamos em Abril.
- Mas vamos a Coimbra, Mãe?
- Sim, João. Vamos a Coimbra.
- Tu não podes ficar doente, Mãe. O João fica preocupado.
- Todos ficam doentes, João. Eu também.
[e eu ouvia - já não conseguia concentrar-me no "Juliano".]
- Tu não podes ficar doente, Mãe. - repetiu o João.
[ele estava sentado ao meu lado e a mãe à sua frente.]
- Oh, João... - ela suspirou, sorrindo.
- Dá-me um abraço, Mãe. - o filho inclinou-se e abriu os braços - Tu não podes ficar doente.
- Sim, João, com os teus abraços a Mãe não fica doente. - disse ela, abraçando-o muito.
[não tive coragem de pedir um abraço ao João, mas tenho a certeza que mo teria dado e curado as minhas dores.]
Boa! bom domínio da escrita e do diálogo.
ResponderEliminarMuito bom, já o tinha dito à Margarida no blog dela.
ResponderEliminarlindo!
ResponderEliminar(não é lgbt, eu sei, mas quando assisti a esta comovente cena esta manhã pensei neste concurso).
ResponderEliminarternurento :)
ResponderEliminarGostei imenso. Parabéns!
ResponderEliminaradorei. e comovi-me. obrigado por nos teres trazido esta história.
ResponderEliminarGostei
ResponderEliminarMaravilhoso e poético.
ResponderEliminarAmei.
Abraços querido.
Uau!
ResponderEliminarComovente e real. Ainda bem que ainda existem mães assim!
Parabéns à Margarida pelo texto e ao blogue.
O João tem muita sorte em ter essa mãe.
ResponderEliminarEsses abraços são mesmo curativos.
ResponderEliminarQue ternura!
ResponderEliminarA mãe, o filho, a Margarida pela sensibilidade na partilha... =)
Apenas...
ResponderEliminar...Abraço-te
Porque há gestos que dispensam palavras....esse abraço disse tudo. ^^
ResponderEliminarVim ler cada uma das histórias. Sendo histórias diferentes, todas me deram oportunidade de pensar e, por razões diferentes de todas gostei.
ResponderEliminarAqui fica o meu abraço.
Situações destas não precisam de um bloco de notas para serem lembradas. São únicas e com muito para nos ensinar. Fantástico!
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