Autor: Silvestre (blog do silvestre)
FODA-SE
Odiei aquilo. O filho da puta veio-se na minha boca depois de eu lhe dizer que não queria, mas prendeu-me a cabeça. Não pude fazer nada. Depois riu-se quando me soltou. Qual é a graça, cabrão? Deves pensar que és a última bolacha do pacote. Ando à meia hora agoniado com um gosto a ovos podres e salgados na boca. O que é que o gajo tinha nos tomates? Nojento de merda. Se pudesse cortava-lhe os dois. O gajo até gosta de mim. Com ele estou sempre garantido. E hoje em dia não há muita coisa com a qual podemos contar. Na verdade nunca consegui contar com grande coisa por parte de ninguém. Quando se nasce na merda pouco mais se é que merda e ninguém quer ter merda agarrada aos sapatos. E o gajo está aqui todos os dias, aparece todos os dias sem falhar um. No outro dia deu-me um abraço. Disse-me que me amava enquanto desapertava as calças e me empurrava a cabeça para eu lha chupar. O meu pai também dizia que me amava enquanto me arreava 2 socos no focinho que me faziam espirrar sangue do nariz e da boca. Era para o meu bem, dizia ele. Eu era muito rebelde e esse castigo era amor… Anda tudo fodido dos cornos? Calem-se com a merda do amor. O gajo deve pensar que eu vou ficar aqui a vida toda. Sou puto mas não sou parvo. Daqui a 4 meses faço 18 anos. O meu pai já não me pode deitar a mão e deixo esta puta de vida e os cabrões que vêm aqui para ser chupados. Que morram todos! Mas antes que me encham os bolsos para eu me pirar para Londres… Mas o que é que aquele filho da puta tinha nos tomates. Foda-se.
Odiei aquilo. O filho da puta veio-se na minha boca depois de eu lhe dizer que não queria, mas prendeu-me a cabeça. Não pude fazer nada. Depois riu-se quando me soltou. Qual é a graça, cabrão? Deves pensar que és a última bolacha do pacote. Ando à meia hora agoniado com um gosto a ovos podres e salgados na boca. O que é que o gajo tinha nos tomates? Nojento de merda. Se pudesse cortava-lhe os dois. O gajo até gosta de mim. Com ele estou sempre garantido. E hoje em dia não há muita coisa com a qual podemos contar. Na verdade nunca consegui contar com grande coisa por parte de ninguém. Quando se nasce na merda pouco mais se é que merda e ninguém quer ter merda agarrada aos sapatos. E o gajo está aqui todos os dias, aparece todos os dias sem falhar um. No outro dia deu-me um abraço. Disse-me que me amava enquanto desapertava as calças e me empurrava a cabeça para eu lha chupar. O meu pai também dizia que me amava enquanto me arreava 2 socos no focinho que me faziam espirrar sangue do nariz e da boca. Era para o meu bem, dizia ele. Eu era muito rebelde e esse castigo era amor… Anda tudo fodido dos cornos? Calem-se com a merda do amor. O gajo deve pensar que eu vou ficar aqui a vida toda. Sou puto mas não sou parvo. Daqui a 4 meses faço 18 anos. O meu pai já não me pode deitar a mão e deixo esta puta de vida e os cabrões que vêm aqui para ser chupados. Que morram todos! Mas antes que me encham os bolsos para eu me pirar para Londres… Mas o que é que aquele filho da puta tinha nos tomates. Foda-se.
(...)
ResponderEliminar0_O
ResponderEliminarTens de ter um pouco mais de auto-estima e não deixares que te usem como um "caixote" do lixo...
ResponderEliminarÉ a minha opinião e vale o que vale, ou seja, nada ...
Forte abraço e que a vida te sorria
Violento, mas...uma historia, seja ela de quem for!!!
ResponderEliminarAbraço-te
mais uma boa história, sem dúvida. aprecio muito nos teus contos a coesão narrativa, o facto de todas as palavras contarem, todas as frases darem informação e contribuirem para o progresso da narrativa.
ResponderEliminartrês histórias muito diferentes e todas elas muito fortes e eficazes. bravo!
Eu também gostei muito! Parece que tudo se passa em segundos na cabeça do puto! E adorei a forma como a escrita dá essa ideia de rapidez e ziguezagueia de um tema para o outro, tal como o pensamento, de facto, fazendo-nos perceber que se tratam de ideias a chocalhar numa cabeça!
ResponderEliminarGreat job!!!
gostei, diferente, crua, irritante, danada história.
ResponderEliminarEu reconheço-te a ousadia.
ResponderEliminarMas o crú sabe a crú. Indigesto ao sensível. Pessoalmente, eu teria sido menos 'aquela palavra portuguesa que usamos quando queremos que alguém nos poupe a detalhes - e que não me lembro agora'. Mas, provavelmente, se o tivesses sido, o texto deixaria de fazer sentido.
Obrigado pelos comentários. Nunca tinha escrito nada deste género. Percebo que é cru e incómodo, mas o mundo é riso, amor, sonho, luz, fantasia e todo o seu oposto ao mesmo tempo e eu quis escrever sobre esse oposto.
ResponderEliminarE naquela que foi a minha última contribuição, só tenho a agradecer a este blogue pelo Pixel e por me ter inspirado a escrever histórias e pessoas :)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAdorei. Ponto.
ResponderEliminarEm "2 socos" e "4 meses" teria ficado melhor - até mais correcto - utilizares os números por extenso.
ResponderEliminarDe resto, estando o texto escrito na primeira pessoa, acho que conseguiste captar bem aquele momento de revolta interior, atribuindo-lhe ainda planos para o futuro que terminam, a bem ver, com uma nota de esperança para a mudança de vida da personagem.
Violento mas muito boa, e ainda bem que a escreveste :)
ResponderEliminarVim ler cada uma das histórias. Sendo histórias diferentes, todas me deram oportunidade de pensar e, por razões diferentes de todas gostei.
ResponderEliminarAqui fica o meu abraço.
É violento sim... mas...
É aqui que se inscreve para o concurso de contos "Aquela Foda"?
ResponderEliminarNa minha opinião este é o pior texto aqui presente... nem se pode chamar historia na minha Opinião.
ResponderEliminarO Objectivo deste concurso era outro e não "vencer pela irreverencia" mas sim pela qualidade de conteúdo. Aqui a qualidade de conteúdo é nula.
O Silvestre tem óptimos contos.. mas não será este!
Cumprimentos,
Autor: Filipe
História #22