Autor: Believer
Estacionei o carro e olhei para o relógio. Já passava da meia-noite.
Olhei para ti, com um nó na garganta tão grande quanto podem ser os nós na garganta. A minha voz mal se ouviu “Tens a certeza que queres fazer isto?” A tua resposta não variou “Eles nunca aceitarão.
Não quero viver assim, escondido e infeliz. Quero terminar com isto, quero ficar contigo para sempre.” Estremeci com estas palavras. Quem não sente as chamadas ‘borboletas’ quando a pessoa que se ama nos diz ‘Quero ficar contigo para sempre?’
Saímos do carro. Ninguém na rua. Já ali tinha estado algumas vezes, com amigos, uma ou outra vez a
fumar um charro, enquanto contemplávamos as ondas chocando impiedosamente contra as rochas, como se estas tivesse cometido um crime sem perdão. Chamam-lhe Boca do Inferno, como se aquela pudesse ser a entrada para esse mundo de sofrimento e martírio. Mas para nós, seria a entrada do céu, o fim de dois meses de uma vida camuflada, o fim da peça de teatro que tinha montado para a minha família e para os meus amigos. A partir dali, poderiamos ser nós próprios, o que quer que isso signifique após a partida.
Chegámos ao limite da rocha. Na escuridão ouvíamos os rugidos do mar. Abraçámo-nos. “Amo-te!”
Tomámos balanço, de mãos dadas. No preciso momento em que me vou lançar para a frente hesitei e
olhei para ti. As nossas mãos soltam-se. Vejo o teu rosto de menino assustado a desaparecer na escuridão.
Olhei para ti, com um nó na garganta tão grande quanto podem ser os nós na garganta. A minha voz mal se ouviu “Tens a certeza que queres fazer isto?” A tua resposta não variou “Eles nunca aceitarão.
Não quero viver assim, escondido e infeliz. Quero terminar com isto, quero ficar contigo para sempre.” Estremeci com estas palavras. Quem não sente as chamadas ‘borboletas’ quando a pessoa que se ama nos diz ‘Quero ficar contigo para sempre?’
Saímos do carro. Ninguém na rua. Já ali tinha estado algumas vezes, com amigos, uma ou outra vez a
fumar um charro, enquanto contemplávamos as ondas chocando impiedosamente contra as rochas, como se estas tivesse cometido um crime sem perdão. Chamam-lhe Boca do Inferno, como se aquela pudesse ser a entrada para esse mundo de sofrimento e martírio. Mas para nós, seria a entrada do céu, o fim de dois meses de uma vida camuflada, o fim da peça de teatro que tinha montado para a minha família e para os meus amigos. A partir dali, poderiamos ser nós próprios, o que quer que isso signifique após a partida.
Chegámos ao limite da rocha. Na escuridão ouvíamos os rugidos do mar. Abraçámo-nos. “Amo-te!”
Tomámos balanço, de mãos dadas. No preciso momento em que me vou lançar para a frente hesitei e
olhei para ti. As nossas mãos soltam-se. Vejo o teu rosto de menino assustado a desaparecer na escuridão.
Muito bem! Muito bem! Desde o início que suspeitamos que as coisas não vão correr bem, mas ficamos até ao fim com uma esperançazita que afinal não seja assim tão mau... e depois é mesmo... e depois ainda é pior! Excelente!
ResponderEliminarpercebi logo no início que era um plano de morte. triste. O twist final corta o estômago.
ResponderEliminarGostei, mas é angustiante.
ResponderEliminar(Para correr "bem", tinha que ser um plano ao jeito de Thelma & Louise)
Vim ler cada uma das histórias. Sendo histórias diferentes, todas me deram oportunidade de pensar e, por razões diferentes de todas gostei.
ResponderEliminarAqui fica o meu abraço.
É sofrida esta... muito!