The Rolling Stones
Se era preciso ver The Rolling Stones ao vivo para entender o que são the moves like Jagger,
ontem à noite dissiparam-se todas as dúvidas. Após 5 horas à espera, em
frente e a poucos metros do palco - a multidão foi adensando com o delicioso concerto
tricontinental de Rui Veloso, Angelique Kidjo e Lenin, e depois esteve ao rubro com o rock/punk dos Xutos (e Gary Clark Jr ainda passou por lá!) - o público ficou On Fire com a entrada de Jagger (igual a si mesmo) e dos seus companheiros de mais de meio século.
Ao início eu estava um pouco ansioso, mas estar a poucos metros de Jagger deu para, nos primeiros segundos, sentir toda a sua energia e magnificência.
Ao fim de duas músicas Jagger disse "Olá Lisboa! Olá Portugal! É bom estar de volta... Não sei mais nada em português"; mas mentiu, porque afinal sabia, e não era assim tão pouco. Durante as duas horas que se seguiram tornou-se normal ouvir Jagger falar português, inclusive para desejar que Portugal ganhasse o Mundial de futebol... e que a final fosse com a com Inglaterra :)
Um dos momentos altos da noite foi a presença do Boss Springsteen, que deixou 90 mil pessoas em êxtase, momento esse que ombreou com os encores You can't always get what you want e, claro, (I can't get no) Satisfaction.
É verdade que Sir Jagger já tem idade para ter metido os papeis da reforma, mas a sua química com o público talvez explique porque é que a banda ainda arrasta multidões. Se Keith Richards e Ron Wood roçam um pouco o ridículo (que me perdoem os mais puristas!), Jagger tem, aos 70 anos, uma sobriedade e uma classe notáveis, a que se junta a sua energia invejável.
Fui ver os The Rollings Stones e saí completamente rendido a Jagger.
Dizem que foi o concerto com mais assistência em Portugal (quase 1% da população), dizem também que os bilhetes são os mais baratos de toda a digressão europeia (mas no meu caso foram 55 euros muito bem gastos), e talvez isso explique os muitos espanhóis, franceses, ingleses... que estavam por todo o lado, mas ao fim de 2 horas de puro e histórico rock, estávamos todos rendidos a apenas uma língua, a dourada, de Jagguer e dos The Rolling Stones.
(cartaz de Diogo Sampaio)